São Luís Maria Grignion nasceu
em 31 de janeiro de 1673, na cidade bretã de Montfort-La-Cane. Em 1685
ingressou no colégio dos jesuítas, em Rennes, onde cursou humanidades.
Sentindo-se chamado ao sacerdócio, partiu para a capital francesa, sendo
admitido em 1695 no Seminário de Saint-Sulpice. Cinco anos depois, em junho de
1700, foi ordenado presbítero e deu início ao seu intenso apostolado de
missionário, pregando de modo especial o reafervoramento do espírito do
cristianismo pela renovação das promessas do Batismo. O Papa Clemente XI
concedeu-lhe o título de missionário apostólico, e nessa qualidade percorreu
toda a França, reacendendo nas almas as mechas fumegantes da Fé.
Segundo o Pe. Faber, era ao
mesmo tempo perseguido e venerado em toda parte. Suas pregações, seus escritos,
sua conversação eram impregnados de profecias e de visões antecipadas das últimas
eras da Igreja. Qual novo São Vicente Ferrer, adiantou-se como se estivesse nos
dias precursores do juízo final, e proclama-se portador, da parte de Deus, de
uma mensagem autêntica: mais honra, conhecimento mais vasto, amor mais ardente
a Maria Santíssima, e anuncia a união íntima que Ela terá com o segundo advento
de seu Filho.
Estabelecendo-se em Saint
Laurent-sur-Sèvre, fundou duas Congregações religiosas, uma de homens
(Missionários da Companhia de Maria) e outra de mulheres (As Filhas da Sabedoria).
Escreveu diversas obras que têm exercido notável influência na piedade
católica: Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, Carta Circular aos
Amigos da Cruz, O segredo admirável do Santo Rosário para se converter e se
salvar, O Segredo de Maria, Oração Abrasada (Prece pedindo a Deus missionários
para a sua Companhia de Maria), entre outras.
São Luís Grignion faleceu no
dia 28 de abril de 1716, durante a pregação de uma missão em
Saint-Laurent-sur-Sévre. Tinha 43 anos de idade e apenas 16 de sacerdócio.
Em 20 de julho de 1947, o Sumo
Pontífice Pio XII finalmente inscreveu no catálogo dos santos esse grande
missionário e apóstolo da Virgem Mãe de Deus.
(Cf.
São Luís Maria Grignion de Montfort, Obras completas, Éditions du Seuil, Paris,
1966, pp. VII e ss.; Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, Vozes,
Petrópolis, 1961, p. 9)
Como condição de vitória, sem se desprezar nem
de leve as providências concretas,
devemos contar essencialmente com os
recursos sobrenaturais. A História demonstra que não há inimigos que vençam um país cristão que possua três
devoções: ao Santíssimo Sacramento, a Nossa Senhora e ao Papa. Investigue-se
bem a queda de nações aparentemente muito fervorosas em sua adesão à Igreja:
alguma broca secreta a minava em uma dessas três virtudes-chave.
A vitória,
pois, depende de
nós. Tenhamos em
dia nossa consciência, estejamos tranquilos em Deus, e
venceremos.
O livro dos tempos novos
Há dois séculos que está pronta a bomba atômica
do Catolicismo. Quando ela explodir de
fato, compreender-se-á toda a plenitude de sentido da palavra da Escritura: Non est qui se
abscondat a calore ejus1. Esta bomba
se chama
com um nome muito doce. É que as bombas da Igreja
são bombas de Mãe. Chama-se O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem. Livrinho de pouco mais de cem páginas. Nele, cada palavra, cada letra é
um tesouro. Este o livro dos tempos novos
que hão de vir. (...)
Por meio de Maria, unir-se a Deus
São Luís Grignion de
Montfort expõe em sua obra, no
que consiste a perfeita devoção dos
fiéis a Nossa Senhora, a escravidão de amor dos
verdadeiros católicos à
Rainha do Céu. Ele nos mostra o papel fundamental da
Mãe de Deus no Corpo Místico de Cristo, e na vida espiritual de cada cristão.
Ele nos ensina a viver nossa vida
espiritual em consonância com essas verdades. E nos inicia em um processo tão sublime, tão doce, tão absolutamente maravilhoso e
perfeito, de nos unirmos a Maria
Santíssima, que nada há na literatura cristã de todos os séculos que o exceda neste ponto.
Esta devoção,
diz Grignion de
Montfort, unindo o mundo a Nossa Senhora, uni-lo-á a Deus. No dia em que
os homens conhecerem,
apreciarem, viverem essa devoção,
nesse dia Nossa Senhora reinará em todos
os corações, e a face da Terra será
renovada.
De que forma? Grignion de
Montfort esclarece que seu livro suscitaria
mil oposições, seria caluniado, escondido, negado; que sua doutrina
seria difamada, ocultada, perseguida;
que ela daria automaticamente uma
antipatia profunda nos que não têm o espírito da Igreja. Mas que um dia
viria em que os homens por fim
compreenderiam sua obra. Nesse dia, escolhido por Deus, a restauração do Reino
de Cristo estaria assegurada.
Revista Dr Plinio 109
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário