Os antigos romanos davam
aos dias da semana nomes de divindades pagãs: solis dies, lunæ dies, martis
dies, mercurii dies, iovis dies, veneris dies, saturni dies (dia do Sol, da
Lua, de Marte, de Mercúrio, de Júpiter, de Vênus, de Saturno). E na quase
totalidade das línguas europeias — inclusive o galego-português, falado em grande
parte do território luso até o século XV — conservou-se esse costume. Assim, o
dia da Lua deu origem ao lunes espanhol, ao lundi dos franceses e ao Monday dos
povos de fala inglesa.
Nem todos, entretanto,
concordaram com esse critério. No século VI, São Martinho, Bispo de Braga,
considerou impróprio de cristãos usar no calendário nomes de divindades pagãs e
decidiu adotar no campo civil o modo eclesiástico de denominar esses dias:
segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira. Os fiéis
da diocese bracarense acolheram com entusiasmo sua ideia e, no decorrer do
tempo, ela acabou prevalecendo no reino lusitano sobre a nomenclatura pagã do
galego-português e demais línguas neolatinas.
Revista Arautos do Evangelho - jun 2015
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