Oriundo do Extremo
Oriente, o chá foi trazido para a Europa pelos portugueses e holandeses que
monopolizavam, no século XVII, o comércio com o sudeste da Ásia. Só posteriormente
os ingleses passariam a fazer parte desse lucrativo negócio, por ocasião do
matrimônio de Catarina de Bragança com Carlos II, ocorrido em 1662. Como parte
do dote da princesa, Portugal cedeu aos britânicos as praças de Tanger e
Bombaim, abrindo-lhes assim as portas da navegação rumo ao Oriente.
Pessoalmente
aficionada a essa bebida, cujo consumo já havia entrado nos costumes lusitanos,
a princesa levou uma arca de chá chinês para a corte britânica. Ali, ele era conhecido,
mais não popularizado.
De fato, o reputado
Tea Council do Reino Unido apenas registra uma evidência histórica sobre o
consumo da bebida antes de 1662. Trata-se de uma despretensiosa anotação feita
em seu diário, com data de 25 setembro de 1660, por um funcionário público e
membro do Parlamento, Samuel Pepys.
Foi, portanto, uma
princesa portuguesa quem introduziu na Inglaterra um costume que ficaria tão
estreitamente vinculado a essa nação. Por isso, ouvimos um literato luso afirmar:
“Se nas Índias flutua essa bandeira inglesa, fui eu que t’as cedi num dote de
princesa. E para te ensinar a ser correcto já, coloquei-te na mão a xícara de
chá...” (Afonso
Lopes Vieira. Pois bem).
Revista Arautos do
Evangelho – Maio 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário