• sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

    Simpósio Sacramentos - Continuação

    No dia 11 de janeiro, o simpósio continuou, desta vez com os Sacramentos da Ordem, Matrimônio e Unção dos Enfermos.
    As participantes do Projeto Futuro e Vida puderam aprender que:
    O Sacramento da Ordem confere o poder e a graça de exercer as funções e ministérios eclesiásticos: o culto a Deus e a salvação das almas.
    O Sacramento do Matrimônio estabelece uma santa e indissolúvel união entre o homem e a mulher, dá-lhes a graça de se amarem mutuamente e de educarem de modo cristão os seus filhos.
    E, finalmente, o Sacramento da Unção dos Enfermos confere ao enfermo em perigo de morte a força de alma e, às vezes, a saúde de corpo, em virtude da unção e da oração do Sacerdote. Este Sacramento foi ilustrado pela história da Da. Hong Ling, que deixamos aqui para que o internauta possa ler.
    No século XVIII, a vida dos missionários que partiam para evangelizar a Indochina estava longe de ser fácil. A viagem oceânica era cheia de riscos, não só de tempestades, mas também de assaltos dos piratas. E ao chegarem ao seu destino, os sacerdotes se deparavam com culturas exóticas e turbulentas. Alguns destes se mostravam simpáticos, outros, porém, violentamente contrários ao Cristianismo.
    Por mais de 45 anos esteve o padre Alonso palmilhando as terras do atual Vietnã.
    Não muito tempo depois de ter chegado ao Oriente, padre Alonso foi enviado, junto com um jovem clérigo, a visitar uma província afastada do litoral, zona ainda não catequizada. Embora ali ainda não houvesse católicos, eles foram recebidos com afabilidade, pois os pagãos daquelas regiões ouviram falar bem dos sacerdotes cristãos e os tinham por homens íntegros e virtuosos.
    Enquanto visitavam a casa de um fiel, um viajante se aproximou deles dizendo que viera de uma aldeia distante a pedido de Da. Hong Ling, uma idosa que se encontrava muito doente e que sentindo próxima a morte, implorava o auxílio espiritual de um sacerdote católico.
    Os dois religiosos ficaram muito admirados, pois os enviados davam a entender claramente que ela queria receber a Unção dos Enfermos. Quem seria, em meio àquelas vastidões de paganismo, a alma cristã desejosa de receber os últimos sacramentos?
     Viajaram a noite inteira e chegaram ao raiar da aurora à morada da misteriosa anciã. Encontraram-na deitada junto a uma janela pela qual penetrava a suave luz do Sol nascente. Estava de fato bem doente, mas sorriu com júbilo ao vê-los entrar.
    A seguir, contou-lhes sua história. Chamava-se Hong Ling, nome que significa Rosa da Primavera. Era a última filha de uma importante estirpe da costa sul do país, região na qual chegaram os primeiros missionários cristãos. Naquela época, as conversões se contavam aos milhares, ergueram-se igrejas, e várias ordens religiosas lá se estabeleceram. Tocada pela graça, toda a sua família se fez batizar, e ela, aos sete anos, fora estudar, como tantas outras meninas, em uma escola mantida por freiras. As pequenas dedicavam uma grande afeição às boas e pacientes irmãs que, além de ensinar-lhes a verdadeira Fé, as instruíam nas letras e números.
    O esplendor das cerimônias litúrgicas, a paz e o silêncio do convento, aliados à virtude e bondade de suas mestras, atraíam cada vez mais sua inocente alma. Rosa da Primavera formulou, então, o sincero propósito de dedicar sua vida à oração e à educação das crianças. 
    Mas obrigada por seus familiares teve de partir para ir morar numa região pagã, privada de todo e qualquer auxílio espiritual da Santa Igreja.
    Escoaram-se os anos, e Hong Linh perdeu seu marido e filhos nas constantes guerras regionais e ela permaneceu naquela pequena aldeia, onde, velha e enferma, aguardava o fim de seus dias.
    Justamente quando seu estado de saúde começava a agravar-se, alguns viajantes trouxeram-lhe a notícia da proximidade dos sacerdotes cristãos. E ela os mandou chamar sem demora.
    Após a narração de sua vida, o Padre Alonso ministrou os Sacramentos da Confissão e da Unção dos Enfermos e no final perguntou-lhe:
    — Estando privada de qualquer sacramento, e mesmo do consolo que é o convívio com outros cristãos, como pôde a senhora manter a fé e a confiança por tantos anos?
    Com um leve sorriso, Hong Ling retirou mansamente a mão de sob os lençóis, mostrou-lhe um rosário bem gasto e um catecismo aberto na página dos sacramentos e disse:
    — Eis aqui, padre, os pequeninos, mas fortes elos que mantiveram minha alma ligada ao Céu por mais de sessenta anos.

    Pouco tempo depois, Rosa da Primavera entregava sua alma a Deus. Desceu à sepultura tendo nas mãos seu inseparável rosário. Os mesmos elos que a mantiveram fiel durante a vida, agora a levariam até o Paraíso.










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