No dia
11 de janeiro, o simpósio continuou, desta vez com os Sacramentos da Ordem,
Matrimônio e Unção dos Enfermos.
As
participantes do Projeto Futuro e Vida puderam aprender que:
O Sacramento da Ordem confere o
poder e a graça de exercer as funções e ministérios eclesiásticos: o culto a
Deus e a salvação das almas.
O
Sacramento do Matrimônio estabelece uma santa e indissolúvel união entre o
homem e a mulher, dá-lhes a graça de se amarem mutuamente e de educarem de modo
cristão os seus filhos.
E, finalmente, o Sacramento da Unção dos Enfermos confere ao enfermo em perigo
de morte a força de alma e, às vezes, a saúde de corpo, em virtude da unção e
da oração do Sacerdote. Este Sacramento foi ilustrado pela história da Da. Hong Ling, que deixamos aqui para que o internauta possa ler.
No
século XVIII, a vida dos missionários que partiam para evangelizar a Indochina
estava longe de ser fácil. A viagem oceânica era cheia de riscos, não só de
tempestades, mas também de assaltos dos piratas. E ao chegarem ao seu destino,
os sacerdotes se deparavam com culturas exóticas e turbulentas. Alguns destes
se mostravam simpáticos, outros, porém, violentamente contrários ao
Cristianismo.
Por
mais de 45 anos esteve o padre Alonso palmilhando as terras do atual Vietnã.
Não
muito tempo depois de ter chegado ao Oriente, padre Alonso foi enviado, junto
com um jovem clérigo, a visitar uma província afastada do litoral, zona ainda
não catequizada. Embora ali ainda não houvesse católicos, eles foram recebidos
com afabilidade, pois os pagãos daquelas regiões ouviram falar bem dos
sacerdotes cristãos e os tinham por homens íntegros e virtuosos.
Enquanto
visitavam a casa de um fiel, um viajante se aproximou deles dizendo que viera de
uma aldeia distante a pedido de Da. Hong Ling, uma idosa que se encontrava muito
doente e que sentindo próxima a morte, implorava o auxílio espiritual de um
sacerdote católico.
Os dois
religiosos ficaram muito admirados, pois os enviados davam a entender
claramente que ela queria receber a Unção dos Enfermos. Quem seria, em meio
àquelas vastidões de paganismo, a alma cristã desejosa de receber os últimos
sacramentos?
Viajaram
a noite inteira e chegaram ao raiar da aurora à morada da misteriosa anciã. Encontraram-na
deitada junto a uma janela pela qual penetrava a suave luz do Sol nascente.
Estava de fato bem doente, mas sorriu com júbilo ao vê-los entrar.
A
seguir, contou-lhes sua história. Chamava-se Hong Ling, nome que significa Rosa
da Primavera. Era a última filha de uma importante estirpe da costa sul do
país, região na qual chegaram os primeiros missionários cristãos. Naquela
época, as conversões se contavam aos milhares, ergueram-se igrejas, e várias
ordens religiosas lá se estabeleceram. Tocada pela graça, toda a sua família se
fez batizar, e ela, aos sete anos, fora estudar, como tantas outras meninas, em
uma escola mantida por freiras. As pequenas dedicavam uma grande afeição às
boas e pacientes irmãs que, além de ensinar-lhes a verdadeira Fé, as instruíam
nas letras e números.
O
esplendor das cerimônias litúrgicas, a paz e o silêncio do convento, aliados à
virtude e bondade de suas mestras, atraíam cada vez mais sua inocente alma. Rosa
da Primavera formulou, então, o sincero propósito de dedicar sua vida à oração
e à educação das crianças.
Mas
obrigada por seus familiares teve de partir para ir morar numa região pagã,
privada de todo e qualquer auxílio espiritual da Santa Igreja.
Escoaram-se
os anos, e Hong Linh perdeu seu marido e filhos nas constantes guerras
regionais e ela permaneceu naquela pequena aldeia, onde, velha e enferma,
aguardava o fim de seus dias.
Justamente
quando seu estado de saúde começava a agravar-se, alguns viajantes
trouxeram-lhe a notícia da proximidade dos sacerdotes cristãos. E ela os mandou
chamar sem demora.
Após a
narração de sua vida, o Padre Alonso ministrou os Sacramentos da Confissão e da
Unção dos Enfermos e no final perguntou-lhe:
—
Estando privada de qualquer sacramento, e mesmo do consolo que é o convívio com
outros cristãos, como pôde a senhora manter a fé e a confiança por tantos anos?
Com um
leve sorriso, Hong Ling retirou mansamente a mão de sob os lençóis, mostrou-lhe
um rosário bem gasto e um catecismo aberto na página dos sacramentos e disse:
— Eis
aqui, padre, os pequeninos, mas fortes elos que mantiveram minha alma ligada ao
Céu por mais de sessenta anos.
Pouco
tempo depois, Rosa da Primavera entregava sua alma a Deus. Desceu à sepultura
tendo nas mãos seu inseparável rosário. Os mesmos elos que a mantiveram fiel
durante a vida, agora a levariam até o Paraíso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário