• terça-feira, 29 de outubro de 2013

    Palácio de ricos e pobres

    Pe Francisco Teixeira de Araújo, EP
    Qual a finalidade de uma igreja? Ora, dirá alguém, pergunta banal, fácil de responder: a igreja é por excelência o lugar onde se presta culto a Deus. Desde tempos imemoriais, sempre foi essa sua finalidade. Os pagãos, na antiguidade, multiplicaram os templos para abrigar seus incontáveis deuses. Romanos, gregos, fenícios, babilônios, assírios, egípcios, enfim pode-se dizer que quase todos os povos construíram templos para suas divindades, tão variadas quanto falsas.
    Salomão, rei dos judeus, construiu uma das maravilhas do mundo antigo, o templo de Jerusalém, dedicado ao único e verdadeiro Deus.
    Após a vinda de Nosso Senhor, quando os cristãos obtiveram liberdade de ação, começaram a construir edifícios próprios para o culto. De início, muito modestos, chegaram depois à magnificência das catedrais góticas medievais.
    Mas, embora o templo seja principalmente o local onde se presta de forma adequada culto a Deus, não é esta, entretanto, sua única finalidade.
    A Santa Igreja é mãe dadivosa. Ao inspirar os construtores das igrejas, não tem ela em vista apenas atender às necessidades do culto divino. Ela toma em consideração também as necessidades de alma dos seus filhos. Por este motivo, os bons templos católicos — sejam eles suntuosos ou modestos — são sempre acolhedores, propiciando a todos quantos neles entram aquela atmosfera de refrigério, de luz e de paz, que lhes facilita “conversar” com Deus, Maria, os Anjos e os Santos, formulando preces ou simplesmente ouvindo a voz maravilhosa da graça no fundo dos seus corações.

    Uma vez ouvi dizer que igreja é o palácio dos pobres. A afirmação é verdadeira, porém incompleta, pois ela é o palácio de todos: ricos e pobres, poderosos e humildes, sãos e doentes, santos e pecadores. Não há quem não encontre em seu ambiente acolhedor o alívio que procura. 

    Texto extraído da Revista Arautos do Evangelho n.18. jun.2003


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